5 curiosidades sobre Rondon que talvez você não saiba
Cândido Mariano Rondon é memorado pela luta dos povos originários no Brasil, erguendo a bandeira não apenas pelo progresso de forma pacifista, mas como principal frente das telecomunicações brasileiras. Foi quem enfrentou a natureza em seu estado mais bruto e, com habilidades de negociação, conseguiu fazer com que Mato Grosso e outros Estados brasileiros pudessem ter acesso às novas tecnologias e receberem às transformações oriundas das primeiras estradas que conectavam o interior ao Rio de Janeiro, que na época era a Capital da República. Antes desta primeira estrada, o percurso até a região do Centro Oeste brasileiro era apenas por navios e outros tipos de embarcações.
Para realizar este trabalho não foi uma tarefa simples, ao lidar com o dilema que, se não fosse ele o responsável pela frente – talvez, a história de fato tivesse tomado outro rumo em relação as nações indígenas. Entre alguns dos seus feitos, elencamos marcos importantes da história de Rondon, como sua documentação cientifica através das expedições, além do profundo interesse pela valorização da pluralidade nacional.
Mato-grossense natural da região de Santo Antonio do Leverger, descendente de portugueses, espanhóis e indígenas guanás, terenas e bororos, é um dos nomes mais relevantes da história nacional. Confira a lista!
Lutou contra o último imperador pela Independência do Brasil
Rondon, com a mente progressista para seu tempo, fez diversas movimentações para a derrubada da Monarquia e a fundação da República. Antes de explorador, em 1881, Rondon era professor do Liceu Cuiabano, mas não demorou muito para se ingressar ao Exército Brasileiro, através do ingresso a Escola Militar da Praia Vermelha, Rio de Janeiro. Lá, com articulações politicas e o interesse pelos estudos botânicos, além da familiaridades com os povos originários, em 1889 voltou a Mato Grosso para auxiliar na construção do telégrafo entre o Araguaia e Cuiabá.
Mapeou Mato Grosso e construiu a estrada para Rio de Janeiro
A seu modo, de olho no progresso, foi ele quem mapeou o Estado de Mato Grosso junto a sua frota, navegando por lugares jamais acessados por pessoas que não fossem – se não, os próprios indígenas em seus territórios. Foi também em meados deste mesmo período que, além da construção da linha telegráfica em Mato Grosso, que Rondon conseguiu dar acesso por terra de Cuiabá a Rio de Janeiro. Antes, o acesso era apenas pelos rios.
Foi Albert Einstein que indicou Rondon ao Nobel da Paz
Einstein era um grande admirador de Rondon, não apenas ele, como toda comunidade científica – que reconhecia sua sagacidade, por enfrentar não apenas o desconhecido, mas como exímio comunicador, tradutor, pacifista e que teve imensa relevância na documentação da natureza junto às suas expedições. Isso, além de fazer as relações entre os interesses dos povos indígenas com as dos centros urbanos, dessem certo maior parte do tempo. Quando não tinha acordo, ele recuava, sendo que seu lema era: “Morrer se preciso for, matar nunca”. Apesar de ter sido, uma vez, alvo de uma flecha envenenada por indígenas da etnia nhambiquaras – e ordenou para que seus homens recuassem e não respondessem o ataque. A flecha esteve preservada no Museu Nacional até 2018, antes do lugar ser consumido por chamas. Rondon foi indicado duas vezes ao Nobel, a primeira em 1953 e a segunda em 1957.
Foi o responsável pela criação do Parque Nacional do Xingu
No ano de 1952, Rondon encaminhou o projeto de lei para criação do Parque Indígena do Xingu, e marcou a política indigenista brasileira com o feito. O Parque do Xingu adotava filosofia de preservação da cultura indígena, concedendo todo território nativo para tal, sem cedê-lo a outros. Em 1961, o parque foi criado oficialmente no Alto Xingu, em 1973, por força do Estatuto do Índio, foi alterado na sua condição jurídica para parque indígena. Hoje ele ainda é considerada a maior e mais famosa reserva do gênero no mundo.
Documentou centenas de espécimes de animais e botânica
Enquanto líder de expedições científicas, de relevância nacional e internacional, Rondon foi um marco para a ciência brasileira, fundamental na constituição de uma série de naturalistas e antropólogos. Houve um ganho de documentação relevante na zoologia, botânica, geologia, antropologia, mineriologia, paleontologia, bem como no serviço sanitário e astronômico, junto à produção de imagens e filmes, de suma importância para etnografia e estudos biológicos. Até 1908, cerca de 730 espécimes zoológicos coletados pela Comissão Rondon. Em 1912, mil espécimes botânicas colhidas. E entre 1908 e 1916, cifras de 8837 espécimes botânicos, 5687 espécimes zoológicos e 42 exemplares geológicos, mineralógicos e paleontológicos enviados para o Museu Nacional.