Flor Ribeirinha se torna Patrimônio Cultural Imaterial de Cuiabá

 Flor Ribeirinha se torna Patrimônio Cultural Imaterial de Cuiabá

Reprodução

O Grupo Flor Ribeirinha, fundado há mais de 30 anos por Domingas Leonor da Silva, a Dona Domingas, foi reconhecido como Patrimônio Histórico e Cultural Imaterial de Cuiabá com a aprovação do Projeto de Lei de autoria do vereador Eduardo Magalhães (Republicanos) durante sessão plenária na última terça-feira (17).

O Flor Ribeirinha vai além da tradição e promove transformação social e a iniciativa além de homenagear o grupo de Siriri originado na Comunidade São Gonçalo Beira Rio, no distrito do Coxipó da Ponte, reconhece seu valor na transformação sócio cultural e econômica da cidade. Para Dona Domingas, a conquista representa um marco histórico. “O Eduardo Magalhães foi o primeiro vereador que teve essa iniciativa, que para nós é abençoada. Agradecemos a todos os vereadores que votaram para que o Flor Ribeirinha fosse homenageado com essa conquista tão maravilhosa. Só temos que agradecer a Deus. A família Flor Ribeirinha e a comunidade de São Gonçalo Beira Rio ficaram muito emocionados com a homenagem”, afirmou

Avinner Augusto, diretor artístico e neto de Dona Domingas, destacou a relevância da medida para a preservação da cultura popular cuiabana. “Essa lei representa um ato de amor por Cuiabá. O Flor Ribeirinha, para além da dança, para além da música, para além dos gestos, representa a alma do povo cuiabano e trouxe para o povo da terra o orgulho do pertencimento. Nosso muito obrigado ao vereador Eduardo Magalhães pelo reconhecimento”, declarou.

Representatividade cultural

O Grupo Flor Ribeirinha integra a Associação Cultural Flor Ribeirinha, que tem como propósito principal a preservação das tradições culturais e a formação de novos artistas populares. A associação promove oficinas artísticas e projetos como o “Semente Ribeirinha”, voltado para crianças, e o “Flor da Idade”, destinado a adultos.

Reconhecido internacionalmente, o grupo já participou de competições em países como Turquia, Polônia, Bulgária e Coreia do Sul, onde, em 2023, conquistou o primeiro lugar no “Cheonan World Dance Festival”. Essa foi a primeira vitória de um grupo brasileiro no evento, considerado o segundo maior festival de dança folclórica do mundo.

Além das competições, o Flor Ribeirinha realizou turnês pela Europa, apresentando o espetáculo “Dançando o Brasil” para milhares de espectadores em países como Itália e França. Suas performances destacam elementos tradicionais do Siriri e do Boi Bumbá, símbolos da cultura cuiabana e mato-grossense.

Patrimônio imaterial

No texto do projeto, o vereador Eduardo Magalhães explicou a importância do reconhecimento de bens imateriais, que abrangem práticas culturais, saberes, celebrações e outras manifestações da vida social. Ele ressaltou que o tombamento desses bens é essencial para a preservação da identidade cultural de uma comunidade.

Inclusive, a Constituição Federal em seus artigos 215 e 216 ampliou a noção de patrimônio cultural ao reconhecer a existência de bens culturais de natureza material e imaterial. É imprescindível que tombemos o Grupo Flor Ribeirinha como forma de assegurar seus valores históricos, culturais e sociais”, afirmou Magalhães.

O parlamentar destacou ainda que o instrumento de tombamento de bens imateriais foi instituído pelo então ministro da Cultura, Gilberto Gil, preenchendo uma lacuna na proteção do patrimônio cultural brasileiro.

Agora, o projeto aguarda a sanção do prefeito de Cuiabá para que o Flor Ribeirinha receba oficialmente o título de patrimônio imaterial da cidade. (Com informações da assessoria).