Prêmio Jejé de Oyá lota teatro Zulmira e emociona público
Em sua terceira edição, o Prêmio Jejé de Oyá lotou o Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros e emocionou os presentes no evento. A celebração aconteceu neste sábado (02), e contou com a presença de ilustres da cultura afro de todo Mato Grosso, além de homenageados e indicados a premiação. Para Jefferson Bertolotti, responsável pela Bemtivi Academia de Arte, que produz o evento, é surpreendente a maneira que a premiação cresce e cativa o público. “Isso era um sonho, mas as proporções foram crescendo e, hoje, podemos desfrutar de não apenas um evento, mas um sentimento que nos une, o de orgulho, celebramos todas nossas cores“, diz.
Em entrevista ao Cuiabá Tem, a atual Presidente da Academia de Letras de Mato Grosso, Lucilene Carvalho, há muito que se comemorar. “Tenho a dádiva de estar presente desde a primeira edição desta premiação. […] A urgência é que esse prêmio se derrame por todo Mato Grosso, que possamos cada vez mais conhecer talentos de todos os gêneros, que a juventude negra possa receber o destaque merecido“, comenta.
O número de pessoas que se declaram pretas passou de 230 mil para 356 mil em Mato Grosso, de acordo com estimativa divulgada há um ano, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A projeção faz parte da Pesquisa Nacional de Domicílios (PNAD) Contínua, que coleta dados desde 2012.
Para o ator e produtor cultural André D’Lucca, um dos premiados da noite, tanto pelo júri técnico quanto pelo voto popular, é importante que pessoas negras sejam homenageadas em vida. “Se eu soubesse o que era racismo, não teria passado por tanta coisa que eu nem sabia nomear – tive um choque e chorava muito quando comecei a ter este conhecimento. Hoje meu foco é o letramento racial, trabalho que desenvolvo pelo meu Instagram (@atorandredlucca). […] Conheci Jejé de Oyá e ele foi a primeira mente descolonizada que eu vi. Andava todo colorido. Quando criamos a consciência de que não somos descendentes de escravos, mas sim de reis e rainhas africanas, queremos fazer parte da realeza e certas roupas não nos cabem mais“, defende.
O Prêmio Jejé de Oyá celebra as cores e os talentos Mato-grossenses, dando notoriedade para pessoas que desenvolvem trabalhos sociais, de literatura, comunicação e, além disso, causam impacto social com iniciativas que oportunizam o desenvolvimento social e humano, inclusive, da população negra em Mato Grosso.
Confira os premiados
Alimentação e Gastronomia
Júri popular e técnico: Doces de dona Irene
Artes Visuais
Júri técnico: Carlos Pina
Júri popular: Edson Ferreira – tatuador
Comunicação e Jornalismo
Júri popular e técnico: Dríade Aguiar, co-fundadora da @midianinja.
Destaque Afrocientífico
Júri popular e técnico: Mory Lobo
Escrita Artística
Júri técnico: Paty Wolf
Júri popular: Silviane Ramos – historiadora
Estética da Identidade Negra
Júri técnico: Diela Tranças
Júri popular: Mizizi Espaço Afro
Impacto Social
Júri popular e técnico: Maria do Futebol de Várzea Grande.
Performance Artística
Júri técnico: Jefferson Neves
Júri popular: Ronaldo José – ator
Performance Física
Júri técnico: Pedro Pio
Júri popular: Melissa Arruda – técnica de vôlei.
Mídias Sociais
Júri popular e técnico: André D’Lucca